Crise faz aumentar praxes solidárias nas universidades
Recolhas de alimentos, roupa ou dinheiro estão marcadas em várias faculdades
As tradicionais praxes estão a ser substituídas em muitas faculdades por iniciativas solidárias. O IPB (Instituto Politécnico de Bragança) e o IPAM (Instituto Português de Administração de Marketing) lançaram o mote há dois anos. Mas o agravar da crise económica e as penas disciplinares para os autores de praxes violentas fizeram aumentar as iniciativas de ajuda a quem mais precisa, dentro ou fora da escola.
No IPB, às maratonas solidárias, cuja inscrição é feita com a entrega de alimentos ou roupa, juntam-se as recolhas de alimentos em supermercados, que beneficiam instituições da cidade. A ideia surgiu em 2008, como forma de dinamizar a praxe, "desvinculando-a do rótulo da noite e da bebedeira a que está associada, e integrando os caloiros na comunidade", explica Rui Sousa, líder da Associação Académica do IPB.
Para este ano têm marcada uma nova iniciativa: uma corrida de rolamentos entre cursos, cujo prémio em dinheiro será doado pelos vencedores a uma instituição de caridade à sua escolha.
Além disso, a associação tem encontrado "alunos em situações difíceis porque perderam a bolsa ou os pais ficaram desempregados". E, por isso, "também procuramos ajudá-los", conta. Uma das soluções que encontram é usar os fundos da associação para comprar material escolar para os alunos.
Na Universidade Autónoma de Lisboa, a situação repete-se. Fazem peditórios para comprar material para a praxe e dessa forma evitar que os caloiros tenham de pagar bilhete nas festas. "Isto é para eles", reforça Ana Rita Rodrigues, "para não terem de tirar do seu bolso. Esta é uma universidade privada e paga-se muito de propina" acrescenta a aluna do 3.º ano de Psicologia.
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